OS ÚLTIMOS DOCUMENTÁRIOS (INCRÍVEIS) QUE ASSISTI

sábado, junho 25, 2016


Consertando o título: 'Os últimos documentários muito críveis que assisti'. Críticos, poéticos e futucadores de feridas. São esses os pontos de encontros mais fincados entre as últimas obras cinematográficas nas quais mergulhei. Chocantes, reflexivos e tocantes, sobre temáticas já tão entrançadas nos nossos cotidianos que chegam a causar mesclagem de repulsa e alívio (por enxergar visões aguçadas). A colisão acaba servindo como soma, meio argumentativo e ratificação. Os aprofundamentos e metáforas nos levam a um soco no estômago que se faz em dor útil.

Os dois primeiros são, indiscutivelmente, os últimos que mais aplaudi mentalmente e os que mais compartilhei por aí. Ambos estão interligados de formas impressionantes e é de uma riqueza tremenda assistir na sequência. Os trailers e/ou vídeos completos estão indicados nos links abaixo das imagens, já que não estão disponíveis em locais como o Youtube.

  • I Am — Você Tem o Poder de Mudar o Mundo

Veja o trailer clicando aqui.

O diretor Tom Shadyac (de filmes como "Todo Poderoso") nos presenteia com um dos melhores documentários que já pude conferir. Tom fala com líderes intelectuais e espirituais sobre as raízes dos nossos maiores problemas (globalmente pontuando) e destrincha como podemos melhorar a nós e, consequentemente, a sociedade e o nosso planeta em geral.

Indagações diversas são feitas no decorrer da produção, mas as de maiores bases e decorrências são: E se estivermos, neste tempo inteiro, construindo e implantando uma noção errônea do que é, de fato, a natureza humana? E se estivermos distorcendo as concepções do que é o instinto do ser humano? O nosso instinto é de cooperação ou competitividade?A ideologia da força e do amor-próprio é de que devemos nos colocar acima de todos os outros, sempre priorizando as nossas prioridades para que provemos amar a nós, ou de que permitir amar somente a si é desamor (afinal, maturidade é não desistir de sentir) e ter somente prioridades individuais que não ganham equilíbrios e enlaces com os de outras pessoas, é não conhecer a virtude de saber renunciar para, somente assim, ter?

A sociedade tende (generalizando os fatos) a culpar os 'instintos' quando certos absurdos ocorrem. "É assim mesmo, passou por cima do outro porque é o instinto da competitividade, está presente em qualquer espécie, não há muito o que fazer". "O homem trai por instinto masculino, em várias espécies isso ocorre, é algo igual com os seres humanos, apenas" (?????)  uma das piores , Alô, machismo! Chega a ser clichê ratificar que a mulher também sente prazer, também tem desejos, e que a leoa é que sai para caçar, e não o leão (se for para ter apego a esse tipo de comparação, então aí está!). Já quando uma mulher trai, a sociedade não costuma "recorrer" a tal 'tese' (e por que será? Resposta: interesses sociais, construção cultural. Tudo o que leva a introduções, implantes, e não naturalidade).

Existem animais, como pinguins e cavalos-marinhos, que passam a vida inteira com apenas um parceiro(a). Nenhum animal que costuma desrespeitar as 'regras' que foram 'definidas' por si e outros, costumam sair impunes. Esse é o ponto. 
Eles seguem o que sabem que o outro está esperando deles, o que foi prometido. Quem fez uma jura não deve seguir instintos ao estar longe de quem está àquilo entrelaçado, deve seguir respeito.

O que é algo
naturalmente
simples: se não gostaria que fosse com você, não faça. Se fizer, no mínimo, seja leal, não demore para admitir/contar, e não jogue a culpa em nada além de si mesmo. Não aja como acharia bizarro que o outro agisse. Porque não existe impulso para quem cuida. Você vai beber xixi por estar morrendo de sede sem antes analisar diversas outras opções? É fácil analisar no desespero. O desesperado sabe o que fazer. O desespero é o sentimento igualitário e permanente para qualquer um que sente com sinceridade (no amor, é desespero de cuidar; na paixão, é dela por si só). O desesperado não enfia uma faca, ele busca a saída que deixará menos sequelas perante as suas prioridades. E dentre tentativas de burlar essas teses basilares, vamos vivendo em um ciclo de "desculpas esfarrapadas" que abraçam as ideologias embaçadas dos 'impulsos naturais' e alimentando absurdos como a prática da inversão de culpas.

No fim das contas é tudo escolha, é tudo a lembrança de que quem não sabe abrir mão do fundamental, não merece o trivial; tudo lembrança de que liberdade é saber ao que se prende; tudo lembrança de que a maior prisão é magoar a outros e deixar rastros de quebra de juras e arrependimentos a serem eternas sombras; tudo lembrança de que a maior asa é deixar um bom legado sendo construído, é ganhar gratidão. Caráter (para ler sobre o tema do real significado de 'caráter', basta conferir a análise do filme 'O Clube do Imperador', clicando aqui). E não é somente assim com os 'seres racionais' – se os somos: mais um motivo óbvio para fortalecer o quão ridículos são os pretextos , mas assim também são os animais, também são as tantas outras vidas.

Costumamos falar sobre os tipos de propensões (em relação a outros animais) que podem 'vir a calhar' para esquivar os erros humanos das sequelas, mas então, quais são os pontos que quebram ou, no mínimo, enfraquecem tais pensares? Existem provas de que os outros animais também são mais propensos à democracia, fidelidade, lealdade e afins, do que à traições, competitividade, seguimentos 'monárquicos' e reticências? Esses são pontos brilhantemente desenlaçados pelo documentário. "Calem-se, assumam, e observe que toda a natureza é muito mais para o lado que vocês pouco dizem do que para a angulação que vocês muito fazem e buscam esquivar", eis o recheio a ser degustado.

Faz parte do instinto ser teia, faz parte do instinto valorizar a fêmea, os idosos e os filhotes, faz parte da naturalidade olhar para os lados e entender o que seria o certo e o errado para que o outro não seja machucado. Faz parte do impulso, do faro, analisar que todos têm importância, que o que um fizer, jamais vai ser feito de igual maneira por outro. Todo o resto não é aptidão, tendência ou tino, é introdução, é cultural, é maleável.

Darwin citou a palavra "sobrevivência" duas vezes em sua primeira obra e "amor", em 95 momentos. Darwin afirmou que a cooperação é o melhor e mais importante instinto da natureza humana, mas por interesses, por sede de poder, o que ficou de mais frisado das suas linhas e entrelinhas, foi que "o mais adapto sobrevive", para então virar a noção de que "o mais forte sobrevive". E o que seria o mais forte? É o que mata ou o que ajuda os outros a viverem a ponto de ter diversas mãos nas quais segurar no frio? Diversos desses discernimentos são expurgados em fatores implícitos e explícitos em 'I Am'.

Fatos científicos percorrem toda a obra, como a 'Teoria do Espelho', que clarifica o porquê de "sentirmos dor" quando vemos uma cena de outro sentindo, de um ser vivo sendo torturado. Isso é o que faz parte da nossa maior idoneidade: ser mais do que apenas um, e agir como quem sabe disso. Legado é o que não é primeiro para si, e só assim, fica para si. Legado é feito dos valores de um ser, é transformado em atos para a liberdade dele, porém o bater de asas de um pássaro nunca é somente para um. "Nenhum pássaro voa olhando para as próprias asas" (Carpinejar). Nascemos para deixar marcas, para observar que um detalhe depende do outro, que não sairemos sem cortes se jorramos algum sangue na estrada.

"Um sábio grosseiro vira burro. Se há arrogância na palavra, ninguém quer ouvir o seu saber. Se ninguém ouve, é só sussurro; dito de longe, na grande bancada; fazendo de nada valer. A graciosidade é o primeiro passo para o sabido não ser fracasso. Um conteúdo mal dito, mal feito, mal posto, parece pura ignorância, parece pressuposto. O esperto tem que ter paciência, tem que se mostrar igual: Para então ser xeque-mate, para então não funeral. Se ninguém ouve, se ninguém entende, quer ser o que: além de empate? Carisma é a primeira arma para o sábio não ser quem late! Conseguir admiração é o que faz ser reconhecido. Um grosseiro é só um grosseiro. Um sábio é comedido. Não será a grosseria, forma de mostrar coragem e voz. Até para os que precisam do dito, será formiga feroz. A gentileza dá beleza ao feio e inteligência ao inteligente! A estupidez deixa o esperto, inepto. E faz do lindo, um feio demente". É tudo questão de angulação do olhar, se mudar o ponto de vista, terá tudo. Se olhar mais afundo, o real problema não são os problemas, mas as causas das causas deles. É no solo envenenado e não exatamente na raiz da árvore.

A realidade precisa parar de ser vista como sinônimo de negatividade. Faz parte dela o casamento que dura uma vida, a amizade que prosseguiu sincera, o ser que caminhou com a moral. E é lembrando disso que podemos lutar para a transformação do que é negativo. Afinal, se sabemos bem no que pensar quando pensamos na palavra 'negativo' e sabemos tanto diferenciar quando pensamos em 'positividade', onde fica o erro? Um abraço ou um soco? Uma promessa ou uma quebra? Um amor ou um ódio? Ser o que comete igual apenas por seguir a massa, mesmo tendo noção do abismo entre um ponto e outro ou ser, lembrando que ser, é o que fará ficar para outros tantos?

I Am não é sobre dinheiro não trazer felicidade, não é sobre um clichê que firma o não aproveitar do que pode ser bom apenas porque aquilo pode trazer algo ruim. É oposto a isso. Não é sobre hipocrisia. É sobre conexão, desconstrução de desculpas infundadas e abrir de olhos. É sobre herança, capacidade e motivação. É uma maravilhosa metáfora também para aprofundarmos a importância da economia colaborativa, porque ela é o futuro: ninguém vai crescer sem divulgar o outro, sem dar as mãos. É sobre a essência que temos deformado para sair de perto do fogo enquanto ele queima casas. É sobre o poder que todos temos, mas tendenciamos a deixar a tendência implantada, tendenciar.

  • Mulheres na Mídia

Assista ao documentário completo clicando aqui.

"O jeito mais comum de abrir mão do poder é acreditar que não tem nenhum" (Alice Walker).

Da saga: a discussão que não pode morrer
. Lamentável reparar a necessidade de que absurdos sejam imensamente alastrados para que o lembrete de que caos como os que temos 'visto' ocorrem diariamente: tanto no nosso país, como no mundo afora. Lamentável reparar que quando um caso revoltante vira "antigo", a pauta parece morrer. Lamentável observar que a noção de "feminismo" vem sendo tão neblinada quando a tese é tão simples e fundamental para todos os tipos de relações (não só de gênero): respeito, ou seja, direitos iguais. Nem mais, nem menos. Sem rebaixamentos, sem depreciações. No "mais", quando ele vem, fica cabível apenas o que segue como discussão dentro da principal: a cultura do estupro, o ciclo da inversão de culpas (como citei no decorrer do documentário acima) e afins. Tudo prossegue emaranhado no mesmo propósito. E o documentário da GNT Miss Representation ou Mulheres na Mídia expõe, em sua base, diversos desses temas englobados por como mídia e cultura contribuem para a falta (miss) de representação de mulheres em posições de liderança e influência, fazendo com que a sociedade em geral fique defasada como consequência.

Sendo uma força persuasiva que molda normas culturais, quão impactante é vender a ideia de que o valor das mulheres se baseia na beleza, juventude e sexualidade, e não na capacidade como líder? Como isso se reflete na sub representação de mulheres no congresso, no governo, como CEOs, em cargos de chefia, como cineastas, roteiristas, diretoras e produtoras? O filme traz estatísticas reveladoras, entrevistas interessantes e propostas palpáveis de transformação dessa realidade.

Recomendo firmemente que a obra acima ('I Am') seja conferida antes dessa, já que os pontos de acréscimos e encontros são sublimes. Fico a indagar se ambos os documentários passam nas escolas atualmente, já que se eu fosse professora, sentiria obrigação em apresentar tais preciosidades mais do que imprescindíveis para os meus alunos. Que fique esclarecido que não há nada 'infantil' em um ou outro, mas sim (in)formador.

O projeto da GNT utiliza os EUA como ponto de referência das discussões apresentadas, contudo é fácil ver em cada desenlear um espelho para o Brasil e para quase uma unanimidade do nosso planeta. Ao ouvir 'Estados Unidos', portanto, a ideia é que ouça 'no seu país' ou 'em quase todo o mundo'. "Apenas em 16% dos filmes, existem mulheres como protagonistas, porém na maioria dos longas, elas estão em busca de um amor, sofrendo por algum ou enfrentando questões que envolvem o sexo masculino e a 'necessidade' da presença do sexo oposto, como quesitos voltados, por exemplo, a gravidez. (...) Quando uma mulher aparece como líder, independente e 'bem resolvida', logo ganha os estereótipos de irritante, 'dama de ferro' ou mal-amada. A família costuma cair aos pedaços e a vida pessoal vai sendo degradada. São raras as tramas em que podemos ver uma mulher sendo bem sucedida nas suas angulações". Enquanto isso, homens bem-sucedidos costumam aparecer com uma "bela esposa" (e olha o padrão errôneo de beleza sendo implantado!), um emprego incrível e demais aspectos de alcances. Até quando se trata de autoconhecimento, as estórias contadas costumam encaixar enfoques em romances como parte fundamental da jornada para uma mulher: enquanto homens são os que fazem trilhas, foram os gênios de uma época ou passaram um tempo sendo heróis de si mesmos em uma caverna sem precisar de outro alguém. "A mídia sempre esteve nas mãos de homens. Mulheres são donas de apenas 5.8% das televisões e 6% de estações de rádio. Se você olhar as estatísticas, poucas mulheres e pessoas negras aparecem. Mulheres ocupam apenas 3% das posições de influência em telecomunicação, entretenimento e publicidade. Isso significa que 97% de tudo que você sabe sobre si mesmo e sobre seu país vem da perspectiva de um homem. Isso não quer dizer que é algo errado ouvir tal lado. Só quer dizer que em uma democracia onde se fala sobre igualdade e plena participação, você tem mais da metade da população, sem participar".

"A tese seguida é de que mulheres assistem histórias sobre homens, mas homens não assistem histórias sobre mulheres, e isso foi algo criado, implantado. O ser humano não está seguindo um instinto ou, como dizem, 'seguindo o que o público quer', é o público (em geral) que vai sendo encaixado como a mídia prossegue a modelar".

O documentário não se encaixa somente em críticas perante a mulher, mas disso parte para o estímulo da quebra de diversos estereótipos que acabam ligados e alimentando tantos outros. A importância da criação dos homens também é discutida. A cultura do 'não-pode-chorar, homem-não-chora', do 'homem-não-é-muito-sensível', 'para-com-essa-coisa-de-mulherzinha', é bem repuxada e a mensagem é de que a sensibilidade do sexo masculino deve ser mais aguçada, tanto para os quesitos de maior respeito perante a mulher, como para si mesmo e em demais situações. O respeito ao choro, ao sofrimento, ao luto, são etapas de autoconhecimento, releitura interior, e não devem ser abdicados quando preciso.

No início, a obra pode aparentar ser carregada de fatos 'batidos', com clichês que muito ouvimos e vemos em circulação nas redes, porém tudo vai ganhando nó com os dados em prosseguimento. A discussão vai ficando mais embasada, enriquecida e com detalhes possivelmente inéditos aos ouvidos e olhos do telespectador. As óticas vão ganhando mais singularidades e os elementos para além do feminismo e que demonstram em tantos teores estarem a ele ligados, vão sendo apresentados. É um documentário maduro e regado: vai florescendo cada vez mais e deixa o gosto de querer mais flor.

Nas entrelinhas, a noção de que o feminismo não é só 'impulsionar o sexo feminino para a igualdade', mas sim enxergar que assim ajudamos a toda a sociedade, está presente. A ruptura de qualquer rotulação vai gerando fragmentações em ciclos de variadas que estão implicitamente em conexão. Sofrimentos de todos os gêneros, raças, idades e afins, ficam em mesmos cadarços de alguma maneira e nas maiores poesias do filme é algo simples de identificar.

Não é um documentário somente sobre mulheres e a sua luta árdua para chegar no merecido e tão básico respeito. É sobre a fundamentação da cortesia semelhante, é sobre o discernimento de que respeito não é subordinação. É uma obra sobre como a busca pelo poder como valor incessante do ser humano, distorcendo causas principais, causa atrasos; é sobre o preconceito atiçado que dissemina a raiva e um ciclo de tantos outros terríveis pontos culturais; é sobre como a disputa acima da teia, faz com que a aranha nada ligue e nada coma. É "somente" sobre a luta das mulheres. E não é. Porque por trás e pela frente, muita guerra de outros cantos foram, conectadas indireta ou diretamente a essa, travadas.

  • Janela da Alma

Veja o trailer clicando aqui.

Dezenove pessoas com diferentes graus de deficiência visual, da miopia discreta à cegueira total, falam como se vêem, como vêem os outros e como percebem o mundo. O escritor e prêmio Nobel José Saramago, o músico Hermeto Paschoal, o cineasta Wim Wenders, o fotógrafo cego franco-esloveno Evgen Bavcar, o neurologista Oliver Sacks, a atriz Marieta Severo, o vereador cego Arnaldo Godoy, entre outros, fazem revelações pessoais e inesperadas sobre vários aspectos relativos à visão: o funcionamento fisiológico do olho, o uso de óculos e suas implicações sobre a personalidade, o significado de ver ou não ver em um mundo saturado de imagens e também a importância das emoções como elemento transformador da realidade.

Confesso que, desta lista, foi o que menos me surpreendeu. Esperava bem mais (reflexões, entrelinhas, metáforas) e cheguei a atingir decepções, porém a obra não deixa de ser valiosa e poética, de uma sensibilidade agigantada, e por isso merece a indicação.

Algumas críticas afirmam que o documentário chega a ser clichê em certos pontos, imagino que as pessoas que utilizaram de tal certificação não captaram a essência transpassada, levaram no literal. O filme não discute a visão técnica em momento algum. Até quando chega a fazê-lo, é para ir no cerne do outro ponto: a discussão real é a visão poética. Cada fala emitida é uma metáfora para o olhar que olha pela janela e para a janela que abre para o olhar, não simplesmente sobre o enxergar e sentir, mas sobre o sentir para captar. "Não é a janela que enxerga, é o olho". E o olho aqui dito não é o olho, é a porta de dentro e, principalmente, é o que se resolve fazer com ela.

Noções como a importância da 'releitura' como forma de descoberta e inovação, são bem destrinchadas no projeto. "A alma é a imaginação e a releitura, não a visão do momento puramente, mas as mesclagens disso em cada visão". Mais importante do que o conhecimento, é a imaginação e mais fundamental do que ela, é a reanálise do que passou. Como citei no final desta postagem.

Diversas formas de olhares são emitidas ao longo do documentário. O olhar do que pensamos, falamos, tentamos. O olhar que muda após perceber o tipo de olhar do outro. O olhar do tato, do toque, das implicitudes; o olhar do achismo, que precisa ir até o fim para matar o 'e se...' e deve ir, afinal, só ele vai entender o agora e o depois com o martírio que seria carregar a indagação (essa tese foi também destrinchada na análise de 'O Clube do Imperador'). O olhar do preconceito, principalmente do nosso para conosco, que é o mais repleto de perigos, armadilhas; entre outros. A obra mostra que o que as pessoas realmente notam como negativo em nós, só prossegue com mesma força ou começa de fato se tratarmos aquilo como ponto negativo de igual ou maior maneira. E, ainda, que muito nos martirizamos em autojulgamentos que, por vezes, tão pouco são reparados e estão apenas tirando os nossos enfoques do que realmente soma.

"Eu estou olhando para você agora, e você percebe isso. Antes, eu olhava para alguém e a pessoa olhava para o lado e me dizia 'com quem você está falando? Tem outra pessoa aqui?', e isso me chateava profundamente. (...) Quando fiz a minha operação, e ela foi um sucesso, finalmente meus olhos ficaram alinhados e eu pude olhar fixamente para as pessoas. (risada) E ninguém nunca reparou. A verdade é que o trauma de me considerar vesga e feia foi mais agressivo que a própria deformidade. E ninguém nunca reparou. É trágico, não?".

Janela da Alma impulsiona para que o olhar valioso seja visto como o de quem vê nos problemas, uma nova porta para oportunidades, porque assim um olhar contagia o outro e a abertura vai ficando mais escancarada. Uma nova chance de experimentar algo diferente, de enxergar além, de usar as dificuldades para ganhar a inteligência mais cativante do mundo: a da sensibilidade, é o que preza a poesia do filme. Aguçar "o tato", o ato, o mergulho, para só assim dizer que enxergou é o que a arte propicia. Menos olhar de longe, mais olhar em participação. O lembrete de que o mais fundo está na superfície, mas só é captado por quem chega a tocar no chão da piscina, e que só esses podem ser reais, é o ponto crucial.

Quem não enxerga o literal, mas acima dele e através dele, é quem mais vê. A metáfora é a poesia. É olhar para um lado e digerir dez. Digerir. Eis a questão. A descrição que permeia é de um mundo repleto de imagens e acontecimentos cotidianos que chegam a todos os cantos, mas que ninguém mais parece ter a condição de compreender, interpretar, assimilar, significar. A avalanche de informações, imagens e símbolos nos bloqueia o entendimento e a sensibilidade. O resultado pode ser conferido, a cada dia, ao olharmos ao nosso redor e constatar que, após 15 anos do filme, nossa situação permanece idêntica, se não cada vez mais desesperadora. O que faz com que muito seja lembrado o livro do próprio José Saramago: "Ensaio Sobre a Cegueira".

A obra de Saramago (que chegou a virar filme  adaptação que não captou de forma tão digna a essência metafórica da obra, apesar de não ser rasa em relação aos pontos cruciais) é extremamente poética e crítica, abordando 'a cegueira social'. Na sua análise simbológica, todos ficam cegos e representam a nossa sociedade mundial, que já assim está, caminhando para a desordem maior que o livro alcança. Se não enxergamos uns aos outros, se deteriorarmos uns aos outros, deixamos de enxergar a nós (e eis mais conexão com o documentário 'I Am' e até o segundo dito). Perder o sentido do vínculo de um olho para outro, de uma mão para a outra (metaforicamente falando), é perder o sentido da própria visão. A evolução grandiosa perpetua para quem permite os laços, para quem respeita, para quem observa que ser livre é ter contatos, gratidões alheias e não desatos que chegam a desatar apoios futuros. Um ponto bacana é que a cegueira apresentada por José é de cor clara, é ofuscada. Não escura, não falta de luz, falta de cor, falta de informação. Informação: excesso de. Eis o ponto. Quando não digerida corretamente, quando não em pausas para darmos atenção a cada uma, as notas levam à confusão mental e ofuscamento. O que também leva à noção da importância de saber escolher e renunciar: quem tudo quer simultaneamente, pegando em mãos até o que pode ferir os pés, com nada realmente fica. Nos é vomitado todos os dias e de todas as formas possíveis ideais e pensamentos, mas não se dá o tempo para refleti-las e perguntarmos a nós mesmos o motivo de estarmos vivendo ou fazendo todas as coisas que fazemos. O porquê de nossa rotina ser da forma que é. A origem de nossos preceitos. A perda da reflexão e o ganho da ansiedade. Não há a 'mão do pare' causando melhor balanceamento para que haja maior carinho perante cada prioridade que pode ser perdida se outra não vier para somar, se algo banal e fugaz vier também tomar lugar em paralelo: que nunca é paralelo quando são linhas da mesma vida. As analogias são maravilhosas, tanto quanto no documentário em questão. Ler o livro e assistir ao filme 'Janela da Alma', é como fazer uma soma para a própria conta bancária. A diferença é que aqui, o que ganha é nosso maior tesouro: a nossa releitura. O olho, que é sempre muito além dele e da janela. É a ré. Formulação.

E então, já conferiu alguma das obras? Qual mais chamou a sua atenção? O que acrescentaria sobre as entrelinhas destrinchadas?

Lembrando que você pode conferir mais documentários críticos/reflexivos para dar play agora mesmo clicando aqui.

Não deixe de emitir as suas opiniões, visões aprofundadas (e críticas) e demais pitacos nos comentários!

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36 COMENTÁRIOS

  1. Não tenho muito costume de assistir doc, sinceramente.
    Não sei, não consigo e não me chama atenção. Mas talvez seja falta de costume.
    Mas é que acho muito factual, e eu gosto de ficção. E ai fica difícil!
    Porém vou procurar os que você citou aqui porque acho que preciso melhorar isso em mim! :3

    http://seismilmilhas.com ♥

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    Respostas
    1. O mais bacana das ficções é que elas muito servem como metáforas e lições para o factual, não é, Sa? Os teores reflexivos ficam enlaçados e nos levam, inclusive, a motivações para quesitos que parecem 'impossíveis', mas que podemos/devemos impulsionar. O mesmo ocorre com os documentários, somente a fórmula muda, mas até a poesia (as metáforas), prossegue em recheios e bordas em tantos deles. As críticas e motivações podem ficar ainda mais alargadas! Espero imensamente que possa conferir algum (indico demais os dois primeiros em topos das instâncias), buscando discutir sobre, aguçando as mensagens. E assim, espero que possa mergulhar em entrelinhas também próprias. Conta depois o que achou/sentiu? Vou adorar saber! Um super beijo!

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  2. Eu AMO documentários, acho melhor que filmes. É muito bom conhecer coisas novas ou se inteirar de assunto que você não domina muito e documentários podem ajudar muito nisso. Gostei muito do tema dos dois primeiros que você indicou, vou procurar para assistir.

    Tem Meu Tamanho

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    1. Ai, Ale! Que delícia ler e sentir cada uma dessas suas palavras. Adorei saber da empolgação para o mergulho nos dois primeiros. Entraram na minha lista de favoritos com bastante facilidade! O primeiro, por exemplo, é poético, reflexivo e crítico, e o segundo faz conjunções com ele de maneiras deleitosas. Espero que possa adorar e transbordar a partir de cada incentivo, viu? Existem filmes que são sensacionais, tão reflexivos, poéticos e/ou críticos quanto documentários diversos (ou até mais), é algo relativo, mas bacana de pensar, não é? Devemos experimentar todas as angulações, porque em cada uma tesouros estão implícitos. Conta depois o que achou dos que conferir? Vou adorar saber das suas entrelinhas. Um super beijo!

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  3. Parabéns pelas resenhas completas e repletas de opiniões pessoais.
    Desses os que mais me interessaram foram o 1º e último (logo quando comecei a ler me lembrei do livro ensaio sobre a cegueira tb). Não costumo assistir documentários, mas fiquei curiosa.

    http:/www.umavidaemandamento.blogspot.com.br/

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  4. Que indicações maravilhosas, vi o Shes beautiful when shes angry ontem e estou no clima para ver mais sobre o feminismo, acho que vou começar a ver o Mulheres na Mídia.
    Eu estou absurdamente curiosa para ver o I Am! A questão dos instintos me deixou bem intrigada, porque, ao meu ver, o ser humano é o único animal que está provado ter desenvolvido consciência, ou seja, nós temos a capacidade única de pensar antes de agir e formar links entre os possíveis resultados, então qualquer argumento de que "homens agem por instinto porque são homens" e qualquer outra besteira dessa, fica invalidado. Para uma pessoa saudável, ignorar a sua consciência e agir por instinto também é uma decisão, e a pessoa deve ser responsabilizada pela mesma.

    De qualquer maneira, não quero me alongar haha vou ver o documentário!
    Beijos,
    Foca no Glitter

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  5. Olá! Não conhecia nenhum desses documentários! Adorooo assistir documentários, mesmo quase nunca vendo por falta de tempo, mas achei esse primeiro bem interessante!
    Beijo!
    http://booksmanybooks.blogspot.com.br/

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  6. Oi Vanessa, o Janela da Alma eu já assisti e acho um filme muito bonito. Não acho que ele seja um filme-clichê não, acho que o tema em si já é propenso a interpretações mais carregadas de emoção (o que nem sempre é clichê). Acredito que os diretores fizeram um ótimo trabalho. Fiquei interessada no I am, vou procurar! Beijo :*

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  7. Documentários sempre são muito interessantes, quase não assisto mas sempre que vejo eu amo!
    Estou curtindo a fanpage. Beijos!

    cheia-de-frufru.blogspot.com

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  8. eu vi a janela da alma legal, pq eu sou beeem miope,mas tu disses que foi bem cliche haah perdi a vontade, mas quero mesmo ver o da mídia, como feminista isso me interessa bastante.

    http://www.inocentementeingenua.net/2

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    1. Ela nao disse que foi cliche, ela disse que alguns criticos dizem isso mas devem ter levado o documentario no literal, sendo que ele é metaforico. Ou seja, ela disse que nao é cliche, porque na verdade é poetico... Justamente o contrario. Mas que foi o que ela menos gostou em relacao aos outros da lista, pq nao surpreendeu tanto pra o que ela esperava...

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  9. Confesso que não li todo o texto mas achei interessante a temática do primeiro documentário. Já assisti o Mulheres na Mídia e gostei muito até porque os assuntos abordados, a gente tem uma ideia deles como a falta de representatividade feminina nos cargos de poder da mídia, mas não sabe a extensão certa disso. Eu achei bem interessante o documentário.


    https://meuladobsite.wordpress.com/

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  10. Quando eu quero ver alguma documentário legal, eu venho pro seu blog pq você indica os melhores da vida!! Vou assistir hoje mesmo o IAM e mulheres na mídia.

    http://www.antesdaprimavera.com.br/

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  11. esses ainda nao conhecia, assisti um mt bm no fds, feminista, no netflx chamado she's beautiful when she's angry, recomendo mt, acho que vc iria gostar

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  12. Parabéns pelas resenhas super completas, me interessei muito por esse Janela da Alma, parece ser muito lindo e interessante!
    Beijos
    BlogCarolNM
    FanPage

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  13. Nuss, adorei as indicações, linda!
    Vi esse mulheres na mídia e amei!
    Muito bacana!
    Super beijos

    http://www.utilidadebobagem.com/
    Siga o insta do blog: @blogueb

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  14. Eu não assisti nenhum desses, mas eles parecem ser ótimos! Um que eu vou anotar aqui na minha lista de documentários é o I Am — Você Tem o Poder de Mudar o Mundo (Quem Somos Nós?), ele parece ser bem interessante!

    Blog Lua Soares

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  15. Olá!
    Não tenho o costume de ver documentários, tanto que posso contar nos dedos os que já assisti. Porém, eu deveria assisti-los mais, pois possuem ótimas mensagens que nos fazem pensar. Gostei das suas dicas e já as anotei! O seu blog é uma gracinha *-* Adorei! Já estou seguindo e voltarei mais vezes! Espero que visite o meu e se puder seguir, agradeço!
    Beijos, Garota Vermelha
    www.livrosdagarotavermelha.com.br

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  16. Eu lembro que fiquei chocada uma vez quando li sobre o papel das mulheres nos filmes de Hollywood. Uma estatística mostrava que as falas das mulheres estavam na sua grande maioria ou falando com homens e quando eram somente mulheres na cena, falando de alguma forma sobre homens. O desespero aumentava ainda mais quando a estatistica estudava a presença feminina por detrás das telas: produtoras/diretoras e afins. Quase nada de mulheres :(

    e Vanessa, e esse janelas da alma ein? seu texto me lembrou que preciso ver ensaio sobre a cegueira!! um beeeijo :***

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  17. Adorei saber mais sobre o documentário "Janela da alma". Parece ser bem intrigante.
    Boa semana!
    Beijos!

    http://jj-jovemjornalista.blogspot.com.br/

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  18. Sinceramente não gosto muito de documentários, mas acho bem bacana a história que alguns envolvem. Adorei o post, beijos!
    www.achatadebatom.blogspot.com

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  19. Não vi nenhum! :O Você sempre com dicas ótimas, obrigada! :D Beeijo.

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  20. Nossa eu juro que nunca ouvi falar nesses documentários. Eu sempre que quero ver algo no Netflix vou direto em séries, mas agora que me caiu a ficha, ver documentários pode me trazer tanta informação. Vou dar uma olhada e começar por "I am", me interessei muito.

    Beijos,
    http://www.maleando.com.br/

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  21. Como sempre, fico bem curiosa pelos que você comenta aqui <3
    Quero muito assistir I am, já faz tempo que ouvir falar dele.

    Blog.
    Facebook.

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  22. Eu costumo assistir documentários, são práticos e nos dão ótimos entendimentos. Gosto do jeito que você escreve e explica tão detalhadamente cada um deles. Não os conhecia, mas fiquei bem curiosa. Pretendo assisti-los e voltar para te dizer o que achei, combinado? Obrigada pelas dicas. Seu blog é um amor!

    Beijos, Lia.
    eililian.blogspot.com

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  23. Gosto muito de documentários, especialmente aqueles que ao final a gente só consegue pensar "uau" e começa a questionar algumas coisas. Nunca assisti nenhum desses do teu post, mas fiquei muito curiosa. Aliás, parabéns por estas análises!!!
    Beijos! Blog Amanda Hillerman

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  24. Eu adoro ver documentários, ainda mais aqueles que nos fazem pensar e repensar. Principalmente no momento da minha vida que estou vem bem a calhar essas sugestões heheheh
    Beijos,

    Amanda
    http://talesandtalks.blogspot.com.br/

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  25. Oi, Vanessa! Olha que coincidência, ainda esses dias eu estava procurando documentários bacanas pra assistir e não achei indicações que me interessassem! E aqui está :) Adorei, principalmente o primeiro. Vou assistir assim que possível! Beijos

    www.chezb.com.br

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  26. Pra ser sincera com você não gosto muito de documentários e sei o quanto é importante e tem vários bem interessantes, no entato sabe quando você tem que assistir aqueles que sao obrigados pela faculdade par fazer algum trabalho, acho que esse foi o motivo de eu nao me interessar muito.
    beijos!
    www.garotadelicada.com.br

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  27. esse janela da alma eu nao vi pq achei que seria chato mas ja ouvi amigos falarem que na verdade é mt interessante. me deu vontade de ver.
    bjs


    SacheeBombom

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  28. Oi Vanessa,
    Documentários quase sempre são bem interessantes, assisto pouco, mas sempre que vejo tiro proveito de alguma forma. Amei as resenhas e fiquei bastante inclinada a assistir os dois primeiros.
    Bjs❤
    Abrir Janela

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  29. Não vi nenhum destes documentários, mas pelo que li aqui vi que o que mais me chamou a atenção foi "Mulheres na Mídia"! Muito me interessou :) Mas vi que você indicou ver o "I am" antes deste, então vou tirar um dia para assistir aos dois! Obrigada pelas dicas <3

    Um beijo! ♥
    www.daniquedisse.com.br

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  30. Guriiia, quando vi esse último fiquei toda interessada, que pena que ele decepcionou um pouco e deixou a desejar, porque a temática tem tudo pra ser muito incrível :( Fiquei bem interessada em assistir esse primeiro, parece que ele levanta várias discussões bem profundas. Obrigada pelas dicas! <3


    Beijos
    Brilho de Aluguel

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  31. Gente, não conhecia nenhum deles ainda!
    Gostei muito dos dois primeiros, vou assistir o primeiro
    antes como você indicou.

    beijo
    www.blogbelatriz.com
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    Siga também o instagram do blog @blogbelatriz.

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  32. Não conhecia nenhum deles, mas fiquei muito interessada particularmente no Mulheres na Mídia. A posição da mulher na sociedade e os questionamentos a respeito (isso que você falou sobre as mulheres se destacarem somente em razão da beleza e não de uma posição de liderança ainda é muito verdadeiro, infelizmente) tem estado muito em pauta e parece bem legal assistir algo assim compilado e atualizado!
    Beijo

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