ANÁLISE: AS METÁFORAS DE NEW YEAR'S DAY, DE TAYLOR SWIFT

domingo, novembro 12, 2017


O novo álbum da Taylor Swift foi lançado nesta semana. Não é novidade que sou fã de muitas das composições de Taylor, que produz poesias repletas de entrelinhas críticas e reflexivas na maior parte das suas canções, todas compostas pela própria mão da artista. O Reputation, apesar de não ser, no âmbito geral, o álbum com letras mais intensas da compositora, traz tesouros que podem ser vistos como algumas das melhores escritas de Swift. É bom lembrar que, pelo conceito do álbum, em muitas letras, que podem aparentar como as mais rasas, a dona do Reputation está apenas encarnando personagens criados pela mídia, para fazer críticas enquanto brinca com o próprio papel: como foi o caso em Look What You Made Me Do.

O fato é que, por saber que tais composições iniciais eram nascidas através de personagens e críticas em entrelinhas, estava esperando pelas letras em que Taylor estaria sendo apenas ela mesma, com suas poesias e mensagens nuas. E, aconteceu. Call It What You Want, Getaway Car (que final!) e New Year's Day, são algumas das pérolas do novo álbum, que ainda traz revistas com poemas tão intensos como tais artes.

Escrevi uma postagem breve sobre Call It What You Want, na qual falo sobre alguns dos quesitos e metáforas que mais admiro na letra. A postagem pode ser lida aqui. Mas, veio então New Year's Day, como primeira apresentação do álbum e com uma letra que ganhou extremo espaço no meu coração. Assim como Clean (a minha favorita do álbum anterior de Swift), NYD é a última faixa do Reputation, e uma das minhas favoritas do novo disco. Então, para iniciar as análises da nova fase da carreira da compositora, como já falei levemente sobre Call, vamos começar pela análise da letra da faixa final, que aborda muito da noção de que: Garotos e garotas desejam tortura, caça. Homens e mulheres desejam solidez, paz, casa – Aquilo que consegue ser ano novo após meias-noites, porque o peso maior na balança é o 'rir' do ferir, onde for lar. Vai um brinde? Tim-tim:

Confira o vídeo e, abaixo, as metáforas da letra.


Cada parte sem negrito, é a análise feita para cada estrofe que estará acima:

New Year's Day (Dia de Ano Novo)


Há glitter no chão depois da festa
Meninas carregando seus sapatos pelo lobby
Cera de velas e Polaroids no piso de madeira dura
Você e eu da noite anterior, mas

Para quem lembra das metáforas entrelaçadas nas primeiras palavras da canção Fearless, a conexão pode ser instantânea. O início da antiga composição de Swift, traz o trecho: "Há algo sobre como a rua fica logo após a chuva. Há um brilho no pavimento", a chuva estaria por representar aquilo que pode parecer mais negativo do que positivo, que pode surgir como ocorrências dolorosas, causando 'engarrafamentos', 'desmoronamentos' e 'deslizamentos' (todos os pontos, metaforicamente), mas que, no fim, tem o seu propósito e chega para limpar o que deve ser lavado e esclarecido. O momento da chuva é o de digerir, deitar na cama, analisar, enxergar com maior sobriedade. O abrir de olhos, a retirada do que ali não deveria estar, abre então a luz para novos caminhos, para um maior autoconhecimento, para que algo melhor possa entrar: a luz que, na letra, é o brilho no pavimento, indicando novas possibilidades, mais claras e produtivas, agora com uma maior evolução para compreendê-las e valorizá-las.

O glitter no chão depois da festa, na nova composição de Taylor, aqui analisada, vai além do que é demonstrado em Fearless, mas não deixa de formular laços com as mensagens da primeira estrofe da antiga música. O que ocorre após uma festança? Bagunça. Mesas são reviradas, copos e vidros pelo chão e, mesmo no final de festa mais organizado de todos, lá estarão as sujeiras a serem retiradas. Mas no meio das impurezas, das poeiras e dos vestígios a serem analisados em lixos (ou melhor, em baús e gavetas, já que tudo, mesmo não sendo revivido, deve ser relido), está ali, um brilho. As festas ainda podem representar o vazio, algo que pareceu ser raso. Mas ali, no meio dos fatos, existe alguma profundidade a ser capturada, algo que caiu de cima para iluminar. Os pontos positivos, o lembrete dos lados belos e engrandecedores, as razões de ter acontecido daquela maneira, tudo isso, fica ali, escondidinho, como um pontino de luz em meio à bagunça do final de uma festa. É o glitter, é a mensagem, é o sentido que só aparece para quem deseja crescer e visualizar horizontes, reflexões. A vida só é inteligente e faz sentido para quem sabe ler nas entrelinhas. Se você não quiser que tenha sentido, nunca vai aparecer algum.

Agora analisemos o trecho que afirma que as meninas estão carregando os sapatos pelo lobby. Lobby é um local de entrada, saída e espera de um grande salão, que pode ser de um hotel, apartamento ou outros ambientes. É como uma estação de trem, com pessoas indo e vindo; como muito se utiliza para metaforizar a vida em si. Antes de voltarmos para tal questão, vamos para o fato de que aqueles sapatos nos pés são uma vestimenta, vindas do momento de uma arrumação, de uma 'mágica', como a Cinderela antes da meia-noite; é o sonhar e o preparar-se para o sonho. Tirar os sapatos e levá-los nas mãos, sem ninguém para carregá-los além de si mesmo, é o amadurecimento, é a vulnerabilidade, é o estar sem os pés vestidos, é o sentir do chão como ele realmente é, é a realidade nua e crua, que não necessariamente é negativa, e é aí que está a questão. Lembram do glitter? Ele está também no chão, onde os pés vão pisando e, quiçá, ele acabe ali, grudadinho na sola de um.

O passar pela vida segurando os próprios sapatos não significa que a realidade seja em uma totalidade, ruim (no penúltimo parágrafo deste bloco de análise, você pode conferir mais sobre essa crítica e detalhe da letra), mas representa apenas a compreensão da necessidade da solidão em alguns momentos para compreender melhor os lados positivos e os nãos, é sobre o saber valorizá-la e enxergar nos fatos, os brilhos da calçada. E, principalmente, o momento representa que o que for real/sincero, vai trazer mais paz do que turbulência, mais pontos positivos do que negativos, já que sempre levamos nossos sapatos (bagagens das histórias) sozinhos, cada um com suas versões da história, mas eles só sobrevivem como sonhos, se houver esperança onde os colocamos nos pés. Porque aí sim, vamos querer colocar e tirar naquele mesmo lobby: sentindo o agora e o que pode ser. Sem esperança, sem sentir que pode planejar, sem mais paz do que turbulência, não há livro sendo escrito. Leia a história enquanto sentir que pode escrevê-la.

As ceras de velas representam aquilo que gruda e que vem como clarificação sobre o que realmente deve ficar, já que vela é metáfora, também, para a clareza e essência (uma forma antiga de fazer luz). Logo, as ceras representam o que realmente deve ficar, fazendo jus ao que também é trazido na metáfora dos sapatos. Elas se misturam com Polaroids, que são encaixadas como uma analogia feita para o que quisemos separar e guardar como lembranças principais. O piso de madeira dura é, mais uma vez, a realidade em si, mas é nele também, que está o glitter.

É perceptível a crítica para a noção de que "Ah, o mundo funciona assim,  é assim mesmo, as pessoas são ruins, relacionamentos não prestam, a realidade é sempre dura, é sempre negativa. Quando você conhecer o mundo, vai perceber que sempre foi inocente demais" (e por aí vai). A Taylor mostra que essa concepção é alimentada e criada por nós mesmos, já que a realidade é mutável, é sempre algo a ser reformulado e feito por cada um dentro de um ciclo social. Quanto mais as pessoas forem no sentido oposto do negativo e acreditarem na raridade, colocando em prática o que também gostariam de receber, mais esse sentido de realidade vai sendo modificado. A letra traz, portanto, a tese de que não devemos nos cegar, obviamente, de que nem tudo merece espaço para prosseguir, mas que a raridade também pode ser encontrada em cantos onde as memórias desejadas são mescladas com a realidade e são a principal essência de uma história. Logo, mais uma vez: que fique o que trouxer mais valores do que erros, o que vier com erros perdoáveis por eles não pesarem mais na balança do que os lados positivos desejados. É como digo no final deste poeminha.

Por fim, no último verso, existe a parte 'Você e eu da noite anterior'. A palavra noite pode servir como metáfora para um momento de escuridão, de falta de clareza. No contexto da letra, no entanto, principalmente por trazer a noção de uma festa em conjunto com a noite referida, a palavra ganha um outro sentido metafórico, que é o momento de sonho, da esperança, um auge (que pode ser a paixão ardente ou outras sensações não constantes em relações) que, por algum motivo, despencou logo depois. Já que a noite, é anterior, e existe um 'mas' em conjunção.

Não leia a última página
Mas eu fico quando você está perdido e estou com medo e você está se afastando
Eu quero suas meias-noites
Mas estarei limpando garrafas com você no dia de ano novo

Enquanto temos as afirmações de que a realidade sempre esconde os glitters para quem os enxerga, mas também não merece os sapatos onde não os tem mais do que tem a desordem, a Taylor chega em mais uma reflexão. Após afirmar sobre a entrada em uma fase mais complicada da relação, em que algo forte como um sonho ou a paixão foi enfraquecido, como sempre vai acontecer em algum momento em relacionamentos duradouros, maduros e com intimidade e amor criado; ela pede, então, para que ele 'não leia a última página'. Este trecho pode conter dois sentidos ou, justamente, ambos os sentidos. O primeira seria o de não 'ler' o que aconteceu na noite anterior, ou seja, de deixar aquilo guardado para compreensões, mas de não se apegar àquilo, já que a relação vai muito além e tem mais pontos positivos do negativos, como ela aborda como importante nos primeiros versos. Já o segundo sentido seria o de não tentar ficar imaginando qual seria o desfecho da história, de sonhar dentro dela, mas de deixar fluir, e não se apegar a somente um dos detalhes para criar uma possível 'última página'.

Logo após, a letra afirma que ela (Swift ou quem mandar a música como declaração para alguém) estará lá quando tudo estiver complicado, e ela afirma que deseja esses momentos de complicação, porque isso sim é um amor real. Ela quer as meias-noites que, voltando para as conexões metafóricas com a Cinderela, são momentos do auge de uma mágica, porém, também, simultaneamente, representam a queda de uma 'magia'. É o momento do beijo, da comemoração e, também, a representação do quanto essas fases podem ter quedas. Mas ela só quer as quebras, porque ela sabe que ali, naquela relação, essas quedas não são eternas, não são tão duradouras, porque tem mais glitter no chão do que os momentos negativos, porque existe o que é raro na realidade acima das dores, porque eles lembram que tentar calado em uma relação, já é desistir. Porque, principalmente, eles vão tentar de novo fazer melhor, dialogar, criar sonhos e renovar as paixões, eles vão 'limpar garrafas' (que tem dois sentidos metafóricos, um deles, é o de ficarem bêbados, no sentido figurativo, que leva à noção de sair do agora exato, de sonhar juntos e todos os quesitos já ditos. O outro sentido pode ser conferido mais abaixo) no 'dia de ano novo' (que, novamente, faz metáfora).

A expressão que dá título para a letra e música, representa o momento em que o dia, ou seja, a clareza, o período de lucidez, de colocar nas balanças e enxergar o que pode ser complicado, se mistura com a renovação, com a força e os motivos para continuar, com o peso mais no 'rir' do que no ferir, com o sentir que vale a pena estar ali e também prosseguir sonhando, assim como fazemos em trocas de energias e continuação da fé nas viradas de ano. É sobre a sensação de possibilidades, justamente por ali, naquele vínculo, as juras serem concretizadas, o caminho ser construído com atos além de palavras. É sobre existir a esperança do valer a pena, com o lembrete de que a realidade não precisa ser sinônimo de algo insatisfatório, mas sim, de uma construção bela, quando se está em algo no qual ainda é possível e prazeroso querer brindar, sem que os erros cometidos (o 'ano passado') se sobressaiam.

O 'limpar garrafas' pode, ainda, trazer a noção dupla de também limpar, literalmente, as garrafas do chão (entrando como metáfora o ponto de observá-las na realidade, mas saber lembrar das suas funções, ou seja, saber equilibrar o agora com os atos de construir o que se planeja e com o saber dar seguimento aos esboços dos planos, se está em uma relação que faz com que valha o empenho). O ato de limpar as garrafas no sentido mais literal, aborda sobre o estar ali, no final das festas, tirando as sujeiras, pegando o que foi meio de sonho para refletir sobre, para fazer o trabalho, mais uma vez, juntos. É sobre quem está ao lado, no antes, no durante e no depois; nas festas, nas limpezas, nos altos e baixos; sobre quem sobra na casa para fazer moradia depois das dificuldades e quando todos parecem fugir. É sobre fazer com que os momentos de queda da montanha-russa, no relacionamento, sejam menores e menos intensos e relevantes do que as subidas e as linhas retas.

Você aperta minha mão três vezes no banco de trás do táxi
Posso sentir que vai ser uma longa estrada
Estarei lá através do brinde da cidade, amor
Ou se você cair e voltar rastejando para casa

No trecho 'Você aperta minha mão três vezes no banco de trás do táxi', começaremos pelo 'banco de trás do táxi'. No táxi, existe uma pessoa provavelmente estranha conduzindo o veículo. Isso representa todos os que ficam nos arredores da relação, principalmente o que não são pessoas próximas, e que conduzem diferentes versões, tentando adivinhar o que ocorre dentro daquele relacionamento e julgando, sem perceber, que ali, no banco de trás (ou seja, onde eles continuam sendo julgados, mas onde ninguém dos 'bancos da frente' pode ver direito - jamais), eles estão segurando as mãos um do outro, contando com o outro. O aperto na mão é, ainda, a representação da comunicação forte que existe entre ambos, não somente do sentimento. Quando apertamos a mão de alguém, geralmente estamos chamando a atenção para dizer o que sentimos de forma mais discreta, de forma íntima, quando em público. Todo o trecho representa, portanto, o amor, a amizade (fator fundamental para uma relação honesta) e a ideia de um estar segurando o outro (ela disponibiliza a mão e vice-versa), enquanto ninguém pode afirmar exatamente o que está por acontecer, de fato, na relação.

'Posso sentir que vai ser uma longa estrada. Estarei lá através do brinde da cidade, amor'. Os versos em sequência, iniciam com o 'longa estrada'. Uma estrada tem buracos, quebra-molas, obstáculos e requer atenção. Ser longa demonstra passar por dias e noites, fases e fases, formas e formas, mas, o principal: ela leva a um objetivo, a um lugar, e você só continua nela, se sentir que pode chegar lá, que é ela o caminho para levar você onde é a meta. Logo, é esse o relacionamento do qual a letra trata, assim como muito ratificado no decorrer: importância da balança que pesa mais para os lados favoráveis e indispensáveis, com esperança não morta (lembram da esperança por um fio de Out Of The Woods?). Cidade é um local grande, onde coisas são construídas, dentre prédios gigantescos e casas pequenas, cada espaço com sua importância. Na letra, a cidade representa a relação, pela qual a estrada vai perpassando até ir chegando em novos cantos da mesma.

Ele cair e rastejar, pode acontecer, contanto que não perca a própria essência, contanto que ainda esteja ali o que a faz o admirar, acima dos erros e problemas. Se ele voltar 'para casa' (não esquecer raízes, promessas, limites combinados na relação), ela vai estar lá por ele. E, enquanto valer o brinde depois de 'um ano difícil', ou seja, enquanto valer a comemoração pelas fases complicadas, porque as luzes da cidade e o 'ano novo' são maiores (ou seja, as clarezas e certezas daquela relação são maiores), então, ela (Taylor), ali continuará.

Não leia a última página
Eu fico quando estiver difícil ou soar errado ou quando você estiver cometendo erros
Eu quero suas meias-noites
Mas estarei limpando garrafas com você no dia de ano novo

Leia acima a explicação desta estrofe.

Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
E vou me agarrar a você

Agarrar as memórias, na estrofe da composição, representa o lembrete da importância da essência, de seguir as promessas feitas na relação, os limites combinados (afinal, como afirmo: Não existe peito aberto com mente fechada. Não existe mente aberta sem limites combinados), o que foi dito e deve ser cumprido (dando continuidade e reforçando o que é dito logo anteriormente na letra). Se uma pessoa segue a própria palavra, ela está seguindo a ela mesma, ela não está perdendo o caráter, e só assim ela vai descobrir mais de si com menos cortes e arranhões, e menos perdas na vida. É óbvio que uma ideia ou um combinado pode mudar, mas então outra memória será feita e combinada: outra conversa, outra promessa dialogada em substituição - antes de erros cometidas, porque senão, seria apenas um pedido de desculpas, e não simplesmente uma outra jura feitas em substituição. O que a letra quer dizer com tudo isso? Que ela (quem está cantando a canção), só vai continuar nessa relação, só vai se agarrar a essa relação, só vai lembrar que independência é também saber ser dependente no laço criado, se as memórias, se as palavras, tiverem valor e forem seguidas, porque só assim, ela saberá que a própria pessoa com a qual está, é uma, é íntegra, é aquela que se segura no que a assegura.

Por favor, nunca se torne um estranho cuja risada eu poderia reconhecer em qualquer lugar
Por favor, nunca se torne um estranho cuja risada eu poderia reconhecer em qualquer lugar

Reforçando o que é dito na estrofe acima, a letra ratifica que, caso aquela pessoa vire uma estranha, não cumprindo as palavras, não levando em consideração as memórias criadas na relação e em relação ao que afirma do próprio caráter, que ela não vai merecer a Taylor (ou quem esteja cantando tal canção) na sua vida, então uma pessoa como a Swift irá se afastar, e somente lembrar de poucos dos pontos positivos (representados pela risada). Mas poucos pontos positivos, que não pesam na balança tanto quanto deveriam, não são suficientes para seguir o relacionamento. Assim, ela lembraria dos aprendizados, evoluiria, saberia que ali existiu a risada, que ficou o glitter (lições mesmo que dos pontos negativos, já que eles também têm seus lados positivos depois que tudo passa), mas ela saberia que só iria ouvir, lembrar e, após, virar as costas. Porque ali, no fundo, seria um estranho, alguém que é mais de uma pessoa dentro de si, e isso não vale o esforço, não vale comemorar nas meias-noites, não vale o lembrete de que, depois das meias-noites, vem um novo ano, porque, nesse caso, não viria um ano novo. Um 'novo ano', a tentativa, o renovar, o continuar concretizando, o estar ali pelo outro, só é válido quando o outro também está em mesma instância, com as juras, com o que segura nas quedas. Sendo diferente no equilíbrio, sendo dores maiores que ganhos, não valeria o brinde.

Há glitter no chão depois da festa
Meninas carregando seus sapatos pelo lobby
Cera de velas e Polaroids no piso de madeira dura
Você e eu no para sempre

Esta estrofe (acima) foi explicada no decorrer dos destrinchares, mas existe o acréscimo de um 'para sempre' que, no contexto, representa o 'para sempre' real, com quedas, problemáticas, necessidade de diálogo e de inovações, de mudanças, mas com a essência da promessa, com o seguimento de pontos que devem continuar iguais para que todos os quebra-molas, valham o caminho.

Não leia a última página
Eu fico quando estiver difícil ou soar errado ou quando você estiver cometendo erros
Eu quero suas meias-noites
Mas estarei limpando garrafas com você no dia de ano novo

Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
Agarre-se às memórias, elas vão segurar você
E vou me agarrar a você

Por favor, nunca se torne um estranho cuja risada eu poderia reconhecer em qualquer lugar
Por favor, nunca se torne um estranho cuja risada eu poderia reconhecer em qualquer lugar

Todas as estrofes acima foram já destrinchadas no decorrer da análise. Como a letra nos emite, lembremos desta mensagem e façamos jus ao: Transbordo em tudo. Fico onde couber.

Conectando com a música e suas reflexões, deixo o trecho: "(...) Vou levar aquele jarro belíssimo que deixou no canto da varanda. Afinal, sempre existem desses em todas as casas destroçadas. Mas eles só são esperança e motivo para ficar, quando o mal ainda é ruim, quando migalhas não são aplaudidas, quando quem dá o que não quer receber, ainda é desmerecedor. Quando o que é básico, não vira sinônimo de muito; quando o que seria morada, não vira sinônimo de estranheza. Quando o adeus não vira sinônimo de poder voltar – para casa". Leia este texto clicando aqui.

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Caso deseje ler mais análises de clipes metafóricos e letras por aqui, você pode começar clicando na categoria Música, ou na postagem dos meus clipes metafóricos favoritos, para os quais fiz curtas análises (tem mais da Taylor lá!). Análises de filmes, séries e outras produções podem ser lidas na categoria de Cinema/TV.

E, então, o que achou das reflexões da letra? Qual a próxima que deseja ver sendo analisada por aqui? Tem algum clipe também para indicar? Conta nos comentários e vamos conversar. Aproveita, e tira um tempinho para ouvir a nossa (provável) próxima análise da Taylor: Call It What You Want.

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35 COMENTÁRIOS

  1. Acompanho seu blog desde a análise do clipe de Out Of The Woods. Seu jeito de interpretar as letras e metáforas é maravilhoso. <3

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    1. Ai, que alegria imensurável por ler cada pedacinho das suas palavras, Line. É uma delícia saber que mergulha junto comigo e com cada um que também entra neste nosso rio. Obrigada por aprofundar reflexões em cada nova entrelinha e por continuar sem quases. Espero ver mais de você por aqui! Um super beijo

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  2. Você é algo tão raro no mundo, tão raro! Suas poesias, seus textos e suas análises, tudo sempre poético e reflexivo, sempre nos fazendo repensar a vida, fazendo com que as pessoas sejam melhores pro mundo e pra elas mesmas. Sua sensibilidade nos torna mais humanos e é algo impressionante. Obrigada pelas dicas e pelas poesias. Sempre acompanharei. Quando lança o próximo livro?

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    1. Quero apertar você um montão e não largar! Podemos fazer isso metaforicamente, ao menos?
      Ai, você não sabe como meu coração ficou recheado de sorrisos com essa sua entrega tão linda de sentir. É tão maravilhoso saber que você está aqui, transbordando junto conosco, relendo as próprias experiências com entrelinhas e poesias para evoluções e, principalmente, trocas evolutivas. Obrigada a você, In, por aprofundar quem é e o que vê em artes e continuar aqui. O próximo livro lança no comecinho do ano que vem. Mal posso esperar para mais esse laço entre nós!

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  3. SENSACIONAL! Que sensibilidade!

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  4. Olha, eu não sei se a Taylor pensou exatamente em todas essas metáforas e mensagens, mas mesmo que algumas não tenham sido pensadas por ela, é maravilhoso que chegue nas suas mãos pra que todo mundo possa enxergar de uma forma ainda mais profunda e reflexiva. Tudo aqui vira poesia e lição e acho isso muito bonito

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  5. adorei essa sua analise, muito bacana, cheio de mensagens nessa musica

    www.tofucolorido.com.br
    www.facebook.com/blogtofucolorido

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  6. Gente esse novo cd da Taylor é mto babado, já quero ver como será o show!!

    Bjs



    Blog Adriane Quaresma

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  7. Suas frases, poemas e textos indicados casaram tanto com as mensagens da letra e deixaram as reflexões ainda melhores. Suas análises são incríveis, você é uma escritora de mão cheia. E essa música é a melhor do Rep. Amei!

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  8. Olá, Vanessa.
    Eu não sou muito de ouvir musicas, por isso não conheço a cantora. Posso até já ter ouvido alguma coisa dela, mas não relaciono uma coisa a outra hehe. Mas é bom saber que a cantora se preocupa de passar alguma mensagem através de suas musicas. Ainda mais num mundo como o de hoje que as letras são feitas com outros propósitos. E é muito legal ver que você tem tanta sensibilidade para refletir sobre cada trecho.

    Prefácio

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  9. Minha linda desde sempre estou por aqui vendo cada post, cada citação e reflexão. Muito bom saber a mensagem que ela conseguiu transmitir com essa música.
    Beijocas.

    www.meumundosecreto.com.br

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  10. Nossa, nunca tinha parado para prestar atenção no significado das letras das músicas da Taylor. Gostei muito da sua análise, texto rico e incrível.

    Beijos
    http://orangelily.com.br

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  11. eu to NO CHÃO com a sua análise! Fazia tempo que não lia uma assim, feita com tanto cuidado! E fazia tempo também que não sentia vontade de voltar num blog pelo texto do autor <3 parabéns, de verdade!
    Vou começar a te seguir por aqui :)

    Beijos!
    Rosto de Neve - Como secar o cabelo rápido e sem frizz!

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  12. Acho muito legal a sua interpretação sobre as letras das músicas.

    Big Beijos,
    LULU ON THE SKY

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  13. QUE ANÁLISE É ESSA? GENIAAAAAAL! Que letra linda! E com a sua profundidade fica ainda mais poética. Você é poesia ambulante, Brunt. Amei!! Você poderia fazer uma do clipe de Fetish?

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  14. Eu vou comentar essa postagem com maior carinho pois posso imaginar o quanto tenha sido difícil escrever esses tantos de linhas e receber comentários tão pequenos. Vamos lá?

    Primeiro, eu não costumo ouvir músicas em inglês, mas sempre ouvi falar que a Taylor faz canções relacionada aos seus antigos relacionamentos, estou correta? Eu dei uma pesquisada na música Look What You Made Me Do e mesmo não entendendo nada da letra (por enquanto) achei uma batida bem legal, vou deixar tocando enquanto comento. A sua postagem falando sobre essa música ficou tão boa quanto essa, sua forma de escrever é com certeza genial.

    Sim, é uma música cheia de metáforas e bem complicadinha para ser compreendida, acho que se eu escutasse sem a sua ajuda de compreenção, eu não saberia falar o suficiente sobre todas as palavras conectadas e tudo do tipo. Assim como você disse, é uma música que está tudo ligado, acho que se escrever a letra em uma folha de papel e fazer a relação, as palavras estariam uma ligadas as outras de forma que nada faria sentido caso faltasse algo, acertei?

    Bom, sua postagem ficou genial, eu comecei a gostar um pouco mais da Taylor e da sua canção graças a você e seu amor de escrever, até a próxima!

    (Onde eu sigo seu blog? Não encontrei.)
    https://unacaravela.blogspot.com.br

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  15. Que post maravilhoso! Eu sou muito fã da Taylor, é a minha artista favorita. O Reputation tá simplesmente sensacional, eu amei demais o álbum. A cada dia descubro algo novo nas músicas, e é sempre assim com as composições da Taylor. Por exemplo, eu posso ouvir a música há anos, mas às vezes eu só percebo algum significado muito depois! "New Years Day" não me chamou tanto a atenção de primeira, mas agora eu tô amando muito a letra e as performances que ela tá fazendo (Taylor no piano e no violão é o que eu mais gosto!).

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  16. Olá Vanessa, que análise! Gostei da forma como você conduziu a interpretação das metáforas. Eu gosto das canções da Taylor, mas nunca parei para pensar um pouco nas letras dela. Então foi muito bom ler cada trecho de uma forma mais reflexiva. Parabéns, você escreve muito bem!

    bjus

    Ari ♥
    www.devoltaaoretro.com.br

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  17. Ai, Vanessa, que vontade que eu tenho de sentar contigo pra tomar um café e ficar a tarde toda conversando sobre essas coisas! Tu parece ser uma pessoa tão profunda <3 Achei demais essa ideia de post, de discutir os símbolos, e as ideias por trás da música. Eu não sou muito fã dela, mas gosto muito de muitas músicas que ela lança hehe :D


    Beijos
    Brilho de Aluguel

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  18. Achei sensacional, eu gosto muito de saber mais sobre as músicas, álbuns, o que cada frase representa...
    Sempre vou atrás disso com as músicas das quais eu gosto. A gente sempre acaba pensando diferente, refletindo. Muito bom mesmo!
    Seus posts são sempre incríveis, parabéns! :)

    https://heyimwiththeband.blogspot.com.br/

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  19. Gosto muito da Taylor :D

    http://submersa-em-palavras.blogspot.com.br/

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  20. Admiro a forma que você observa tudo ao seu redor, você vê um lado tão lindo das coisas. Amo cada palavra que você escreve! ❤

    www.kailagarcia.com

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  21. Van, tu és tão profunda, mulher! Adorei tua análise <3

    mariasabetudo

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  22. UAU Vanessa, suas análises são sempre tão profundas. Eu ainda não tinha ouvido a música, gostei muito de ler a sua análise tendo a música ao fundo. Um beijo querida :*

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  23. Faz tanto tempo que não leio uma análise de música e a sua me deixou no chão.
    Essa é uma das minhas músicas favoritas do álbum e amei a sua forma de expor as intenções da diva. Arrasou.

    Beijos

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  24. Nossa, Parabéns Vanessa você arrasou na analise da musica.
    Agora consegui entender um pouquinho mais sobre a letra!
    beijinhos
    Blog Entre Garotas

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  25. OI VANESSA

    concordo contigo: A taylor tem pego tudo que é dito sobre ela e se travestido de cada personagem que criam em cima da personalidade dela. Acho que o tema todo ao redor do REPUTATION algo de extrema importância. Uma coisa a taylor tem aprendido e feito muito bem: a pegar as críticas, rir disso e fazer um super marketing HAHAHAH

    beijo
    www.beinghellz.com.br

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  26. Não sou mega fã da Taylor, mas tiro chapéu para o que ela fez nesse álbum. Foi interessante vê-la encarnar todos esses papeis que a mídia atribui a ela.

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  27. Sua sensibilidade me mata! É tão lindo ver uma poetisa nos presentar com indicações e análises assim, pra além das próprias artes. Você tem uma raridade, como disseram vários aqui nos comentários. Nunca pare!

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  28. Olá Vanessa! Tudo bem?
    Nossa, que análise maravilhosa! *.* sinceramente, não fico assim refletindo tanto no significado das músicas, mas tudo que falou faz tanto sentido como se tivesse saído de dentro da cabeça da taylor... não sabemos, de fato, se ela pensou nisso tudo, mas com certeza pedaços partidos ou completos vieram dessas reflexões. amei demais!!
    beeijo

    https://lecaferouge.blogspot.com.br/

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  29. sou apaixonada pela taylor, ela é uma mulher incrível e forte, triste saber que tem tantos haters, mas é aquele ditado, hater gonna hate huahuahau as músicas dela são sempre tão profundas e significativas, eu vejo que ela faz do trabalho dela uma válvula de escape mesmo.

    jessicalorena.com

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  30. ainda não consegui ouvir o cd completo, mas a taylor sabe mesmo se expressar nas letras das músicas e dos clipes. look what you made me do é um dos melhores!!! essa, new years day eu ainda não tinha ouvido, vou ouvir enquanto acompanho atenta a analise ;)

    beeeeijo :*

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  31. Que interpretação incrível! Eu li e reli cada pedacinho e realmente ficou incrível, intenso e único, seu jeito de interpretar me deu uma nova visão da letra e agora amo de paixão essa música hahaha <2

    http://www.leitorasvorazes.com.br/

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  32. Como eu ainda não tinha escutado essa música? Que linda! Já adicionei na minha playlist do mês, com certeza <3 Achei interessante que tu comparou a letra toda como as fases de um relacionamento, eu não tinha pensado nisso a não ser na parte que ela fala pra pessoa não virar apenas um estranho com a risada fácil de reconhecer!


    Beijos
    Brilho de Aluguel

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    Respostas
    1. Menina sou tao fã, da Taylor. não creio que só agora achei teu blog, amei as analises... parabéns

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